Hoje é o dia em que todas as ilusões tornam-se em cinzas,
quando a aparência de beleza vira pó,
quando voltam à tona os problemas cotidianos de cada um.
Marx disse que a religião é o ópio do povo. Sei não, acho que o carnaval sim é o verdadeiro ópio do povo... nada mais transitório e fugidio do que estes dias, onde todas as mazelas do povo ficam mascaradas, a falsa alegria que é manifesta não cura as doenças físicas, sociais e tampouco espirituais ou emocionais, muito pelo contrário, muitas doenças são disseminadas, muitos relacionamentos destruídos e outros falsos são construídos... as maternidades que o digam daqui a 9 meses...
Cinzas lembra também pó, lembra de que somos feitos e como ficaremos. Certa vez ouvi uma pregação sobre isso. Somos pó que anda, pó que fala, pó, pó e pó. Do pó viemos e ao pó tornaremos um dia. Isso nos dá uma dimensão aproximada de quanto somos mais que os outros, ou seja, tão pó quanto meu vizinho. O que faremos entre sairmos do pó e tornarmos a ele é que fará toda a diferença. Deus soprou o fôlego da vida em nossas narinas , presenteando com vida ao que era forma apenas. Deduzo que não adianta ter forma de quem tem vida, não adianta ter corpo de quem tem vida, é preciso deste fôlego divino soprando em nós o tempo todo. A nossa vida nesta terra passa como um conto ligeiro e, enquanto vivemos, que haja em nós essa vontade de conhecer ao Criador de tal forma que sintamos o seu sopro constantemente em nosso espírito.
Que a soberba da vida, que a cobiça dos olhos não nos leve a pensar que somos melhores do que os outros, mas sim participantes de um mesmo lugar, tendo as mesmas oportunidades de buscar, conhecer e tornar-se amigo deste Deus que do pó nos formou, ao pó nos leva mas, sobretudo, do pó nos levanta.
“Quem é como o SENHOR, nosso Deus, que habita nas alturas; que se curva para ver o que está nos céus e na terra; que do pó levanta o pequeno e, do monturo, ergue o necessitado, para o fazer assentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo.” Salmo 113. 5-8
Paz em Cristo, hoje e sempre.